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Brazil Climate Summit: o mundo de olho no papel do Brasil durante a corrida do carbono zero

Brazil Climate Summit: o mundo de olho no papel do Brasil durante a corrida do carbono zero

Colocando em pauta desde assuntos como a aplicação da Inteligência Artificial (IA) no fortalecimento da sustentabilidade global à temas como os acordos focados no financiamento de países emergentes à fim de evitar tragédias ambientais, o Brazil Climate Summit (www.brazilclimatesummit.com) foi realizado em Nova York nos dias 13 e 14 de setembro. Três grandes discussões nortearam o evento que chegou à sua segunda edição: compreensão do papel do Brasil como centro de soluções para o mundo e, ao mesmo tempo, gerar desenvolvimento econômico sustentável para sua população; como o Brasil pode atrair capital mais sustentável/verde; e o Papel do setor privado na consecução da Agenda 2030 no Brasil.

O evento destacou a relevância de atuação da iniciativa privada e o potencial de atração de capital internacional para acelerar negócios de baixo carbono em escala global. Além das iniciativas que destacam o papel do Brasil na corrida global por descarbonização das economias ao apresentar as potencialidades do país para atuar como hub de soluções climáticas para o mundo. Durante os dois dias da Cúpula, a identidade verde brasileira foi debatida em diversos painéis que passaram por questões como mercado de carbono, energias renováveis, agricultura, indústrias pesadas e muito mais para um público formado por líderes empresariais, empresários, acadêmicos, especialistas, formuladores de políticas, ONGs e organizações multilaterais

A programação contou com mais de 70 conferencistas desde jovens lideranças do ativismo climático a figuras de grande expressão no mercado de investimentos, de interesses políticos-ambientais, pesquisadores da sustentabilidade e mentes à frente de grandes inovações verdes. Entre os nomes estavam brasileiros, latino-americanos e pessoas de influência internacional como Anne-Sophie Corbeau (pesquisadora no Centro de Política Energética Global), Evelina Olago (Diretora-administrativa na Just Climate), Janice Maciel (Gerente de Economia Verde na Fundação CERTI), Luciano Huck (Investidor e apresentador de TV) e Michael Stott (Editor do Financial Times - América Latina).

O BRASIL CONECTADO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Na corrida global pelo NetZero (corrida global pelas emissões zero), o Brasil tem um papel fundamental que foi discutido por especialistas em Nova York ao abordar sobre as tecnologias e investimentos que são peças-chave a fim de acelerar as práticas de descarbonização. Também foram tratadas soluções concretas para os grandes problemas mundiais relacionados às mudanças climáticas, com ênfase nas oportunidades de negócios na região amazônica.
Mesmo após o final do Brazil Climate Summit, evento organizado por alunos e ex-alunos brasileiros da Universidade de Columbia, o potencial brasileiro como líder ambiental global ainda repercute nas rodas de conversa. As oportunidades que o mercado nacional te movimentar sua economia verde e de receber cada vez mais investimentos externos é real. Os painéis reuniram especialistas em meio ambiente e finanças para avaliar os esforços globais para zerar as emissões líquidas dos gases de efeito estufa, uma política conhecida como net zero. Um dos consensos é que, apesar da meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2030 parecer inalcançável no momento, a verdade é que existe algum progresso, especialmente no comércio exterior e nas cadeias de fornecimento.

Outro ponto em comum pós Cúpula, foi que o mercado financeiro de ativos verdes também avançou consideravelmente. Além de que o Brasil está melhor posicionado do que os outros países para ser um dos primeiros a chegar ao net zero. Isso porque a matriz energética brasileira já conta com 92% de fontes renováveis e uma tradição considerável no uso de biocombustíveis. Mesmo com pontos a serem corrigidos de forma urgente, como estar no TOP10 dos países que mais emitem carbono no planeta, com quase 75% das emissões provenientes da agricultura e exploração das florestas.

A preparação e o legado que o Brasil quer deixar com a Presidência do G20 em 2024. Já que, no início de setembro deste ano, o presidente do Brasil foi nomeado para a presidência temporária do G20, durante a 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado que ocorreu em Nova Delhi, na Índia. Em seu discurso, Luiz Inácio Lula da Silva defendeu três pontos: o combate à fome, pobreza e desigualdade; a transição energética e o desenvolvimento das ESG (econômica, social e ambiental), além da reforma do sistema de governança internacional. Isto significa que: a partir de 1º de dezembro de 2023 e até 30 de novembro de 2024, a agenda do G20 será decidida e implementada pelo governo brasileiro, com apoio direto da Índia, última ocupante da Presidência, e da África do Sul, que exercerá o mandato em 2025.

O Brasil também é o país sede da COP30 em 2025, quando a atenção do mundo se voltará novamente para as ações locais com a 30ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas a ser realizada em novembro de 2025 em Belém (Pará). Por isso, uma das vozes ativas durante este Brazil Climate Summit foi o governador do Pará, Helder Barbalho, ao afirmar a COP 30 deve ser norteada pelo financiamento da floresta viva. O assunto foi tema do painel ‘COP30: Liderando discussões para 2025 no Brasil’, que também contou com as presenças do jornalista do Financial Times, Michael Stott; do secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago, e da jovem conselheira do Pacto Global da ONU, fundadora e diretora-executiva da Perifa Sustentável, Amanda da Cruz Costa.

AS PREVISÕES PARA UM FUTURO PRÓXIMO

Um dos legados da recém finalizada Brazil Climate Summit foram dois principais questionamentos que iniciaram a ser respondidos em Nova York: qual o mundo que queremos em 2030 e qual o papel do Brasil nessa transformação. A oportunidade de enfrentar nossas dificuldades e participar ativamente, e com legitimidade, das soluções dos problemas globais abriu portas para o implemento de inovações no setor climático, ademais de tratar de uma forma séria e efetiva a descarbonização de empresas e serviços em território brasileiro.

A fim de trazer uma visão pragmática das oportunidades e desafios do desenvolvimento de um mercado nacional de hidrogênio, foi lançada o relatório ‘Liberando o potencial de hidrogênio de baixo carbono do Brasil/ Unleashing Brazil's Low-Carbon Hydrogen potential’ (https://lnkd.in/dT7s5zx7). O documento foi criado através de uma parceria entre a Boston Consulting Group (BCG) e algumas figuras de destaque que integraram a Cúpula e é destinado aos líderes, tomadores de decisão e cidadãos brasileiros catalisarem esforços, enfrentarem desafios e maximizarem o valor das oportunidades intrínsecas ao BR durante a transição da economia mundial para Net-Zero (2020-50). A Low Carbon Hydrogen (LC H2) é uma alternativa inovadora para descarbonizar setores difíceis de reduzir como a indústria, o setor de transportes e de construção.