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INCENTIVO ÀS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E O NOVO RUMO NA MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

INCENTIVO ÀS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E O NOVO RUMO NA MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Em um contexto ambiental em que as mudanças climáticas chegaram a um nível preocupante de impacto físico, econômico e de ordem sanitária, ainda restam alternativas para mitigar estas ações negativas que foram causadas pelo comportamento do ser humano, na tentativa de construir uma rede de soluções a curto e longo prazo que podem gerar uma transformação positiva! E um dos principais agentes desta mudança é o setor produtivo operando desde a gestão interna de pessoal até a criação de uma agenda responsável que permita a realização de práticas sustentáveis como: a diminuição de emissões de gases de efeito estufa por meio utilização de fontes de energia renováveis, implementação de práticas de eficiência energética e a utilização de tecnologias mais limpas.

PLANO ABC+ PARANÁ

Em alguns estados como o Paraná, atitudes como essa partem do engajamento de setores públicos e privados. Como é o caso do Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+ Paraná), uma iniciativa que incentiva os sistemas de agricultura estadual a assumir desafios ambientais com vistas ao desenvolvimento sustentável. Apresentado durante a Semana do Meio Ambiente, documento tem como base plano divulgado pelo Governo Federal, que estabelece desafios nacionais a serem vencidos até 2030.

O documento também orienta para o fortalecimento de programas estaduais que já estão em andamento, como o RenovaPR (transformação energética do campo), Paraná Mais Verde (plantio de novas mudas), Prosolo Paraná (mitigação dos processos erosivos do solo e da degradação dos cursos d’água) e a Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada, que tem como meta a integração da academia aos novos processos produtivos sustentáveis. O plano é fundamentado no Programa ABC, do Governo Federal, e torna-se essencial para guiar a cadeia produtiva do Paraná que é líder na criação nacional de frangos (35,54%) e também se destaca no cultivo da erva-mate (87,4%), além de ter presença significativa em diversas produções como a piscicultura (21,4%), trigo (2,8%), leite (13,6%), aveia (22%), madeira (17,2%), ovos (9,56%), milho (9,3%), soja (22,8%) e suínos (19,20%), segundo dados do Portal CNG.

Complementar ao Plano ABC, realizado entre 2010 e 2020, o foco desta ação que se estende para o Paraná é uma abordagem integrada da paisagem às áreas produtivas, e não apenas sob o aspecto de produção de alimentos. Assim, estão envolvidos os cuidados com o solo, conservação de água, respeito à biodiversidade e cumprimento do Código Florestal.

PLANO SAFRA MAIS VERDE

Fundamentais para evitar a intensificação dos impactos negativos observados em relação ao aquecimento global, as medidas mitigadoras irão ocorrer de formas efetiva a partir da adoção de práticas sustentáveis. Como incentivo o Plano Safra Mais Verde tem uma proposta que prevê juros de até 6% para produtores atentos à sustentabilidade: o Plano Safra +Sustentável 23/24, que pode reduzir os juros do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp). Ainda em discussão, o governo e os representantes do setor rural definirão os critérios para ampliar acesso ao crédito rural e torná-lo mais ‘verde’.

Contemplando benefícios adicionais para produtores que já adotam ou planejam incorporar boas práticas ambientais na produção. O planejamento é de acelerar os processos de redução de emissões de GEE, assegurar novos ganhos de produtividade e ampliar o alcance das políticas de baixo carbono. Entre os planos levantados nesta proposta estão metas que preveem a redução nos juros caso alcançadas:  Cadastro Ambiental Rural (CAR) regularizado; ações trabalhistas; uso de defensivos e fertilizantes biológicos; sequestro de carbono; reflorestamento e outras práticas sustentáveis.

MENOS CARBONO, MAIS VIDA

A conscientização ampla para que haja uma participação colaborativa de todos os setores produtivos na busca de soluções efetivas para este problema global. Outro mecanismo mitigador que chama atenção é o Índice Carbono Eficiente (ICO2) que foi criado em 2010 para incentivar as empresas que têm as ações mais negociadas da bolsa a medir, divulgar e monitorar suas emissões de GEE colaborando com a transparência dos avanços para uma economia de baixo carbono. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a sustentabilidade ambiental e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.

Desenvolvido em parceria entre a B3 e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), leva em consideração o grau de eficiência de emissões de gases do efeito estufa de cada empresa. Também é considerado o free float do total de ações em circulação de cada uma delas. O ICO2 B3 convida as empresas detentoras das 100 ações mais negociadas na bolsa para participar da carteira do índice, porém uma das exigências para as empresas incluídas é que elaboraram seu Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

O Inventário permite saber quanto é emitido no geral, quanto é sequestrado e quanto é preciso retirar mais da atmosfera. A FLOS AMBIENTAL produziu, em parceria com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), um guia que trata da gestão de GEE no âmbito das agroindústrias e das propriedades da avicultura e da suinocultura do Brasil. O material virtual pode ser acessado de forma gratuita neste link (https://bit.ly/3ObY7Os) e apresenta informações de entendimento básico sobre o que são os Gases do Efeito Estufa, a Política Nacional de Mudanças Climáticas, entre outros pontos.  Divulgado de maneira ilustrativa e detalhada, é mais um ativo na implantação de práticas alinhadas à gestão sustentável de toda a cadeia produtiva.